No DF, cobertura vacinal contra HPV entre meninas supera a de meninos

No DF, cobertura vacinal contra HPV entre meninas supera a de meninos

Dia Internacional da Conscientização sobre a doença, lembrado nesta segunda-feira (4), joga luz sobre prevenção e detecção precoce do vírus

A vacinação é o meio mais seguro e eficaz para combater o papiloma vírus humano, conhecido como HPV. A faixa etária entre 9 e 14 anos está entre as mais vulneráveis. No Distrito Federal, contudo, a taxa de cobertura vacinal nesse público está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 80%. Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) apontam que, nos últimos dez anos, entre 2017 e 2023, 59,4% das meninas receberam a segunda dose do imunizante contra o HPV, enquanto apenas 29.9% dos meninos tomaram a vacina.

Daniela Pereira com a filha, Mariana, que já tomou duas doses contra o HPV: “Acredito que a vacinação é fundamental, pois é a forma mais simples e segura de proteger nossos filhos contra várias doenças, como o câncer” | Foto: Arquivo pessoal

“O imunizante oferece proteção contra várias formas de câncer, incluindo colo do útero, vulva, vagina, ânus e verrugas genitais”Tereza Pereira, gerente da Rede de Frio da Secretaria de Saúde

O Dia Internacional da Conscientização sobre o HPV, lembrado nesta segunda-feira (4), destaca a importância da prevenção e da detecção precoce do vírus – a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente no mundo. Os tipos 16 e o 18 são responsáveis por 70% dos casos globais de câncer do colo uterino.

Nesse cenário, a gerente da Rede de Frio da SES-DF, Tereza Pereira, reforça que a vacina contra o HPV previne de infecções persistentes e lesões pré-cancerosas causadas pelo vírus dos tipos 6,11,16,18. “O imunizante oferece ainda proteção contra várias formas de câncer, incluindo colo do útero, vulva, vagina, ânus e verrugas genitais [condiloma]”, detalha.

A rede pública de saúde do DF atua conforme as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para vacinar a população. Crianças e pré-adolescentes de 9 a 14 anos seguem o esquema de duas doses e intervalo recomendado de seis meses entre a primeira e a segunda administração da vacina.

A bancária Daniela Pereira, 42, mantém em dia o cartão de vacina da filha, Mariana Pereira, 10, incluindo as duas doses do imunizante contra o HPV. “Seguindo o calendário oficial, ela recebeu a primeira dose aos 9 anos”, conta. “Acredito que a vacinação é fundamental, pois é a forma mais simples e segura de proteger nossos filhos contra várias doenças, como o câncer”.

Público-alvo e alterações

Também devem se imunizar contra o HPV pessoas de 9 a 45 anos que possuem o vírus da imunodeficiência humana (HIV/Aids), indivíduos transplantados de órgãos ou medula óssea, pacientes oncológicos ou imunossuprimidos. Nesses casos, é necessária a prescrição médica para a aplicação da vacina na rede pública.

Vítimas de violência sexual com idade entre 9 e 45 que ainda não tinham sido vacinadas foram incluídas nas situações especiais para imunização

Para esses grupos, o esquema vacinal será de três doses, e o intervalo mínimo entre a primeira e a segunda é de 60 dias. Já entre a segunda e a terceira dose, é de 180 dias. O imunizante é contraindicado para gestantes e alérgicos aos componentes da vacina.

Em agosto de 2023, foram incluídas nas situações especiais vítimas de violência sexual com idade entre 9 e 45 anos que ainda não tinham sido vacinadas. O esquema para esse grupo será de duas doses para pessoas na faixa etária de 9 a 14 anos, com um intervalo de seis meses entre as aplicações e de três doses para pessoas de 15 a 45 anos, com um intervalo de 60 dias entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a segunda e a terceira dose.

Onde tomar a vacina?

Para auxiliar na prevenção, a SES-DF oferece a vacina quadrivalente, que protege contra os vírus dos tipos 6, 11, 16 e 18, para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Basta procurar uma das 176 unidades básicas de saúde (UBSs) espalhadas pela capital federal. A lista dos locais de vacina está disponível no site da pasta.

Já aqueles que fazem parte do grupo de imunobiológicos especiais são vacinados no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Distrito Federal (Crie/DF) e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).

A doença

O HPV é um vírus capaz de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal, provocando verrugas ou lesões que podem evoluir para um câncer, como os de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe.

A principal forma de transmissão ocorre por meio de relações sexuais, mas também pode haver o contágio sem penetração desprotegida, como explica o ginecologista da SES-DF Farid Buitrago: “O HPV pode ser transmitido no contato direto com a pele infectada, mesmo que não haja penetração sexual. Isso pode incluir tocar as verrugas genitais ou outras áreas infectadas. Além disso, pode ocorrer também durante o parto, quando o bebê entra em contato com o canal de parto infectado”.

O vírus é, segundo o médico, frequentemente assintomático. Isso significa que muitas pessoas infectadas podem não apresentar sinais visíveis da infecção. No entanto, em alguns casos, o HPV pode causar sintomas, como verrugas genitais, lesões precursoras do câncer – especialmente do colo do útero –, infecções respiratórias e na garganta, coceira ou irritação, além de desconforto ou dor associados às verrugas genitais.

Não existe tratamento específico para eliminar completamente o vírus. Porém, muitas vezes, o sistema imunológico consegue combater a infecção naturalmente ao longo do tempo. Portanto, o tratamento indicado visa principalmente controlar os sintomas e, em alguns casos, monitorar e tratar lesões precoces associadas ao risco de câncer. Entre as formas mais comuns desse procedimento estão a remoção de verrugas, aplicação de medicamentos tópicos e terapia a laser.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Aderval Andrade

Aderval Andrade é advogado e empreendedor.

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